Rotas abrangentes na América latina. Destino: Colômbia
Cada vez mais, os investimentos diretos de empresas brasileiras na região têm novos destinos. Entre os mais procurados estão Colômbia, Chile e México.
Durante muitos anos, o grande destino dos investimentos brasileiros na América Latina foi a Argentina. O país tinha o melhor comércio, a melhor estrutura social, mão de obra preparada e ainda o beneficio do Mercosul. Hoje, a situação é bem diferente. O crescimento e a estabilidade de outras economias latinas, associadas à perda de atratividade do vizinho do sul, abriram novas fronteiras para quem estava em busca de um bom ambiente para os negócios. E agora entre os novos mercados desbravados estão Colômbia, Chile e México.
Entre os novos destinos, a Colômbia vem ganhando força. Os investimentos diretos brasileiros no país tiveram evolução positiva nos últimos anos e, no ano passado, saltou para US$ 322,9 milhões. Entre 2000 e 2012, o Brasil tornou-se a quinta fonte de aportes da Colômbia, segundo o Banco de la República, o banco central do país.
O banco Itaú BBA contribuiu para essa movimentação. A instituição iniciou operações na Colômbia para financiar e estruturar projetos de investimento privado nos setores de mineração, energia, petróleo e infra-estrutura. No setor farmacêutico, a Eurofarma comprou a fábrica Schering-Plough do grupo MSD, em Bogotá. O banco BTG Pactual concluiu em dezembro do ano passado sua fusão com a corretora de valores colombiana Bolsa y Renta de Medellín. A CCX, do grupo EBX, foi criada em 2012 e iniciou investimentos no projeto de San Juan, com capacidade de produção de 25 milhões de toneladas por ano de carvão. No inicio deste ano, a empresa anunciou que está revendo o plano estratégico por causa da deterioração nas condições de mercado do mineral. Entretanto, até janeiro deste ano, o projeto recebeu investimentos totais de cerca de US$ 500 milhões.
As principais vantagens são a estabilidade política e o crescimento. “Alguns economista até sinalizam a possibilidade de a Colômbia se tornar a segunda economia da América do Sul, superando a Argentina no médio prazo”, acrescenta Cretoiu, da FDC.
A presidente da PROCOLOMBIA Colômbia, María Claudia Lacouture, explica que há anos o país trabalha intensamente para se converter em uma plataforma exportadora na região. Por esse motivo, tem firmado acordos comerciais com diversos países, incluindo mercados maiores como Estados Unidos e Canadá. O acordo de livre comércio entre Colômbia e EUA entrou em vigor em 2012. “Nos próximos meses, esperamos a aprovação por parte do congresso colombiano do acordo comercial com a União Européia, o qual garantirá acesso preferencial de mercadorias na união aduaneira mais importante do mundo”, afirma María Claudia. Ela acrescenta que o país tem custos competitivos de mão de obra qualificada, na tarifa de energia elétrica e nos valores de compra ou aluguel de imóveis, em relação aos do mercado brasileiro. A economia colombiana cresceu a uma média anual de 4,5%, de 2002 a 2011. Para 2012, o PIB tende a superar 4%, segundo estimativas do próprio governo.