Brasil irá reforçar o comércio bilateral de tecnologia agrícola com a Colômbia
A adoção de tecnologia brasileira para o desenvolvimento da agricultura por parte dos países latino-americanos como Colômbia, México, Brasil, Peru e Chile projeta-se com crescimento.
Márcio Almeida, gerente de projetos da Apex Brasil, agência brasileira que promove as exportações e o investimento, afirmou que estes países representam novas oportunidades de mercado para as exportações de agrotecnologia de seu país (tratores, plantadores, colheitadeiras, sistemas de irrigação, tecnologias pelo setor pecuário e implementos agrícolas, entre outras), pelo seu evidente atrativo econômico.
Nesta situação a Colômbia se destaca. Segundo a informação econômica da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (Csmia), que reúne cerca de 300 empresas do setor, em 2012 o Brasil exportou ao mercado colombiano US$ 457,1 milhões em maquinaria e complementos, e deste valor, US$ 24 milhões foram de maquinaria agrícola, isso corresponde a 5,2% do total das vendas externas. A potência Latino-Americana é a principal origem das importações da Colômbia no setor, com uma fatia de 29%.
De acordo com Klaus Muller, diretor executivo de comércio exterior da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), este crescimento nas exportações deve-se ao fato de que hoje o país vive um clima apropriado de negócios, diferentemente de outras épocas, este fato faz com que atualmente o mercado colombiano representa o foco comercial da entidade brasileira.
“Colômbia representa para nós o mercado mais importante, principalmente pela sua posição estratégica na America do Sul, o que torna este país uma plataforma perfeita para chegar até mercados como Peru, Chile ou Venezuela. Também pelo seu crescimento no nível tecnológico, por todo o desenvolvimento nas zonas francas e infraestruturas e pela sua flexibilidade na legislação”, sinalizou Muller. O diretor destacou a similaridade entre a agricultura brasileira e a colombiana em clima, desenvolvimento de cultivos e características dos solos, o que faz com que o equipamento seja adaptável nos dois países. “Queremos complementar o intercâmbio comercial bilateral, criar uma aliança sólida e a partir disto, encontrar oportunidades para ambos os mercados” agregou.
Neste sentido, a entidade projeta para este ano um crescimento de 40% nas exportações de maquinaria agrícola com destino à Colômbia, e pretendem alcançar transações no valor de US$ 33.6 milhões quando terminar o ano.
Para conseguir essa meta, a estratégia comercial da Associação, está focada em ter maior presença comercial no país e precisamente Muller anunciou a abertura de um novo escritório em Bogotá para o processo de pós-venda de maquinaria e para o estreitamento das relações entre as empresas brasileiras e os empresários colombianos. “O campo colombiano tem atualmente, um crescimento importante em modernização, muito parecido ao do Brasil. A aquisição de maquinaria e de tecnologia para uma maior eficiência no trabalho agrícola está em continua evolução e por isso é necessário gerar maiores sinergias entre os empresários de ambos os países, esta é a razão da abertura de um escritório em Bogotá”.
Adicionalmente, o executivo confirmou a presença de importantes empresas brasileiras em Agroexpo, a feira agrícola mais importante do país. A participação empresarial brasileira será a maior de todos os anos PIS o programa Brazil Machinery Solutions, que surge pela aliança entre Abimaq e Apex Brasil, para promover as exportações brasileiras, a aposta é o potencial econômico colombiano e cuja finalidade é a oferta de soluções e o intercambio de tecnologia e conhecimento. “É um total de 30 expositores brasileiros dedicados à produção e comercialização de maquinas e implementos agrícolas que estarão presentes na Agroexpo, em um pavilhão exclusivo, de 700 m²”, afirmou Muller.
Participação de colombianos na Agrishow
As boas relações comerciais entre empresas agrícolas brasileiras e colombianas são evidentes. Assim foi destacado pelo presidente da Agrishow, Muriliio Biagi Filho, quando mencionou a presença de compradores colombianos na XX edição da feria que termina hoje, e a dinâmica que tiveram os negócios fechados ente os participantes. “Agrishow tem um papel fundamental para fechar negócios entre companhias brasileiras e de todo o mundo, especialmente as colombianas. Este evento é multiplicador de todo tipo de tecnologia existente para os agronegócios, contribuindo de forma decisiva na rentabilidade, produtividade e sustentabilidade da atividade agrícola, para isto, ajuda a similaridade do setor agropecuário de ambos os países para concretizar a transferência de tecnologia de ponta” apontou Biagi Filho. A feira contou no total com a participação de 2.500 visitantes estrangeiros e mais de 100.000 compradores locais que tiveram a oportunidade de ter acesso à oferta de maquinaria, tecnologia e suplementos agrícolas de 790 empresas expositoras. As transações durante os cinco dias somaram US$1.250 milhões.